segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Seu Lunga em visita ao Inferno, Encontra o Lampião de porteiro

Mote: Seu Lunga em visita ao Inferno, Encontra o Lampião de porteiro
Glosas: Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes

Sexta-feira nervosa e o tempo
Por demais estava muito sombrio
Com sol muito quente fez até frio
Acompanhado pelo rei do vento
Seu Lunga em dormida desatento
Armou-se com a faca no terreiro
Como em um triunfo derradeiro
Em sonho, vestiu o seu melhor terno
Seu Lunga em visita ao Inferno
Encontra o Lampião de porteiro

- Se é de lá de baixo faz favô
De ir logo a mim arrespondeno
O que diabo é que tá fazeno
Nessas terra que num tem o Senhor
Onde besta fera você errô
Que me chega aqui sem candeeiro
Num escuro de dia derradeiro
Com cara de seca sem o inverno
Seu Lunga em visita ao Inferno
Encontra o Lampião de porteiro

- Não me venha com tanto desaforo
Seu magrelo da cara de lombriga
Sua mãe não lhe gerou na barriga
No mínimo és filho de encosto
A besta fera desenhou seu rosto
Para ele pendurar no chaveiro
E dizer que é cão muito moderno
Seu Lunga em visita ao Inferno
Encontra o Lampião de porteiro

- Não me venha com tal ignorância
Pro seu gosto eu sou o lampião
Cabra macho que rasgou o sertão
Deixando muito nego sem infância
No cabelo do cão eu já fiz trança
E já roubei galinha no poleiro
E pra matar cabra veio fuleiro
Só aumenta a lista no caderno
Seu Lunga em visita ao Inferno
Encontra o Lampião de porteiro

De repente Lunga acordou suado
Com um tremor e muita agonia
Ao padre Cícero ele pedia
Para ele ser seu advogado
Ao acordar jê estava suado
Como boi acuado em tabuleiro
E lampião montado, o vaqueiro
-Sou o rei Lampião o eviterno
Seu Lunga em visita ao Inferno
Encontra o Lampião de porteiro

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gom

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