quinta-feira, 28 de março de 2013

Neste mundo se não fosse o amor dela O meu amor morreria ao relento

Neste mundo se não fosse o amor dela
O meu amor morreria ao relento

Não me faça sentir o desencanto
Nem tão pouco o tal do desamor
Pois tu sabes bem que teu calor
Conforta-me e traz o acalento
Pois viver sem seus beijos não aguento
Não suporto vê-la indo da janela
Neste mundo se não fosse o amor dela
O meu amor morreria ao relento

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= Mote e Glosa

domingo, 24 de março de 2013

“Lá donde eu sô num isqueço”


Lá donde eu sô num isqueço”

Lá donde eu sô num isqueço,
Nem nas minha penúrias.
Da roça ao meio dia,
Do canto da rapadura.
Do xexéu, do bem-ti-vi,
Do canto da juriti,
Esplendor de formosura.

O velho carro de boi,
O engenho, a farinhada.
O rodo do torrador,
Beijú de forno e gomada.
Num isqueço feijão verde,
Água de pote pra sede,
Num troco isso pur nada.

Da quaiada de manhã,
Rapa de queijo e farofa.
Da merenda 9 hora
Lá no acero da roça
Ovo roxo, de lambú
Ovo bibido é tiú
E cunca de imbú grossa

Das cacimba de água doce,
Do velho pau de galão.
Do banho lá no barreiro,
Do passarim no chaprão.
E o visgo de favela
A baladeira magrela
Cum quato peda na mão

Dos cafuné de mamãe,
Vixe Maria, sordade!
Dos mandado de papai,
Pra ir buscar na cidade.
Tomem num isqueço ocê,
Minha fulô de muçambê
De quem eu sinto sordade.

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 24/ 03/ 2013

terça-feira, 19 de março de 2013

Deu a louca na cachola

Deu a louca na cachola

Agora deu na cachola
De um louco atordoado
Que queria ver o mundo
Por total modificado
Irmão abraçar irmão
Mais amor no coração
Como ato consumado

Sua paz é verdadeira
Seu contesto "o insano"
Horizonte, a divisão
O desigual igualando
Deu "cachola" na loucura
De uma simples criatura
Que por Geonaldes chamo

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 19/ 03/ 2013

sábado, 16 de março de 2013

Deu no Pajeú em Verso e Prosa

Obrigado meu Deus por poder compartilhar este espaço com tão renomados poetas.
No meio de um monte de feras!!! Abraço a todos!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Olho Gordo


Olho Gordo

Quem vive a vida alheia
Não passa de atrapalhado
Esquece a panela no fogo
E acha o feijão queimado
Vende o que não tem
Está sempre sem ninguém
Por este mundo isolado

É a imagem do cão
Retrato da besta fera
Choro sem recordação
Coceira e chorumela
Quem vive a vida alheia
Só vive de cara feia
É uma porta sem tramela

É despacho de macumba
Jogado em encruzilhada
É água benta vencida
Na garrafa abandonada
É candeeiro apagado
Sangue podre derramado
É o sobejo do nada

Se você é desse tipo
Repare bem no que faz
Tome tento, se ajeite
Peça proteção ao pai
Se arrependa da maldade
Compartilhe a amizade
Sossegue e fique em PAZ!

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 11/ 03/ 2013

domingo, 10 de março de 2013

Sertão Verdadeiro


Sertão Verdadeiro

Se sou poeta não sei
Meus versos não são em vão
Sou a flor do mandacaru
Redemoinho ao chão
Sou a batida mais forte
Do cangaço Lampião
Sou à flor do muçambê
Num gracejo a você
Sou “Lua”, Luiz, baião...

Sou somente o que sou
Sou a cinza por inteiro
Sou o velho carro de boi
Debaixo do umbuzeiro
Enxada desencabada
Sou a roça sem aceiro
Sou o milho e o feijão
Carcará e gavião
Eu sou sertão verdadeiro

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 10/ 03/ 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

De 10 a 0 - Publicado em Cordel Desencantado de Araripina

De 10 a 0 - Publicado em Cordel Desencantado de Araripina

Com 10 eu estava de porre
E os poetas amarrei
Com 9 bebi a pinga
E as latinhas chutei
Com 8 juntei as tralhas
Do dia que trabalhei
Com 7 fui pro oitão
E ao pedreiro paguei
Com 6 chamei o servente
E de lá o expulsei
Com 5 puxei o piso
Para o chão não ficar fei
Com 4 pedi um litro
Porque as latas acabei
Com 3 eu estava cansado
De tanto que trabalhei
Com 2 para assar a carne
O Fabrico obriguei
Com 1 pra ser garçonete
A Nedilza convidei
Com 0 outra ressaca
Na hora que acordei

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes=

De 1 a 7/9

Com 1 já bati tijolo
Com 2 a massa trassei
Com 3 Juntei o cimento
Com 4 o servente veio
Com 5 ergui a parede
Com 6 Armei minha rede
Com 7 Nela eu deitei
Com 8 Fabrico troce a cana
Com 9 a cana eu tomei

Geonaldes Elhemberg

de 1 a 7

Com 1 bebo uma latinha
Com 2 bebo um latão
Com 3 já vai meio litro
Com 4 só se for litrão
Com 5 desce o que tiver
Com 6 até caribé
Com 7 quem salva é o colchão

Fabrício Leite

De 9 a 1

com 9 tomei a cana,
não deixei ele beber
com 8 peguei fabricio
e botei ele pra correr
com 7 tirei a rede,
que é pra mode ele aprender
com 6 saí correndo,
pra ele não me bater
com 5 dei na parede,
que ele acabou de fazer
com 4 disse ao servente,
não preciso de você
com 3 rasguei o saco,
de cimento só por que
com 2 não teve massa
para tijolo bater
com 1 fiz tudo isso,
só pra você não beber.

Nedilza Saraiva

De 9 a 0

Com 9 fiquei sem cana
Então tive que voltar
Com 8 disse a Nedilza
Não voltei pra me vingar
Com 7 chamei Geonaldes
Pra mode nóis cunversar
Com 6 peguei a rede
E botei no seu lugar
Com 5 fui à parede
Sem Nedilza derrubar
Com 4 chamei o servente
Para a obra retornar
Com 3 comprei cimento
E mandei irem entregar
Com 2 fizeram a massa
Também mandei preparar
Com 1 uma churrasqueira
Para poder carne assar
Com 0 não fiz mas nada
Só beber e relaxar.

Fabrício Leite