De 1 a 7

De 1 a 7

Com 1 eu bato o tijolo
Com 2 eu mecho a massa
Com 3 junto o cimento
Com 4 o servente trassa
Com 5 ergo a parede
Com 6 eu armo a rede
Com 7 o tempo passa

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes=

O encontro de Patativa e Lampião

Obrigado meu Deus por ter me feito, Nordestino, poeta e cantador. Glosa: Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes

Mote sugerido por Emanuel de Oliveira: Obrigado meu Deus por ter me feito, Nordestino, poeta e cantador.
Glosa: Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes

A minha lida é enxada e roça
Minha luz, tem a luz do candeeiro
Meu balaio eu planto em janeiro
Arranco e carrego em carroça
Quando chove o aperto se afrouxa
Meus olhos brilham a cor do amor
E meu mundo que chamam sofredor
Ganha o verde do mundo perfeito
OBRIGADO MEU DEUS POR TER ME FEITO
NORDESTINO, POETA E CANTADOR

“A dor de viver sem o beijo dela Me enclausura no mar da ilusão”

“A dor de viver sem o beijo dela
Me enclausura no  mar da ilusão”

Sua perca me foi tão violenta
Para mim, a maior desilusão
Um punhal penetrou meu coração
Causando-me a triste morte lenta
Sem você, o meu peito não aguenta
Minha mente submerge a solidão
Leva-me é contestar minha paixão
É fechar toda porta e janelas
“A dor de viver sem o beijo dela
Me enclausura no mar da ilusão”

Mote e glosa: =Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 18/ 02/ 2013

Mote: CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Mote: CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO
Glosa: =Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes=

Me agrada a chaleira de café
Logo cedo ao raiar do novo dia
Pão de milho servido na bacia
Um rosário de coco catolé
Uma reza no rádio é a fé
Meio dia um prato de baião
Um conselho do velho ancião
Um forró com sanfona e pandeiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Me anima o canto da rapadura
Servido lá na roça de merenda
O tutano de boi por encomenda
E a tripa de porco na fritura
A garapa de cana bem escura
Feijão com arroz e farinha fina
E a luz do candeeiro ilumina
A porca e bacorinhos no chiqueiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Uma viagem de jegue em caçuás
Dos meninos vão dois de cada lado
Um conjunto de pratos amarrados
O almoço do marido a levar
A cabaça de gole a esfriar
Mãe e filhos na maior animação
- Hoje tem é galinha com pirão!
O almoço foi a que pegou primeiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Um canção com seu bico afiado
Um vaqueiro de gibão e de perneira
Bode assado na brasa da fogueira
Um bêbado na mesa vomitado
E o queijo de manteiga fatiado
Um tubo de milho e de feijão
Uma reza para chover no verão
Pois o chão tá rachado por inteiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Na moita o jumento amarrado
Uma dose de pinga no balcão
Uma teima com a faca na mão
Por vingança de sangue derramado
Um coiteiro de butuca bem armado
Esperando o fim da procissão
Um defunto já bem encomendado
Dará muito mais trabalho ao coveiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Um vaqueiro rasgado na jurema
Regressa montado no alazão
E o boi amarrado cheira o chão
Acorda e a careta lhe condena
Com a raiva que lhe envenena
O aboio do vento da ilusão
Lhe aperta com dor o coração
Por ser troféu exposto no terreiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Um carro de boi e uma carroça
Tem um jogo de ancoras na cangalha
Com um corte de pano tem a saia
Da menina que já se pões moça
Na lavagem de roupa vai a trouxa
E junto duas barras de sabão
Um menino rolando pelo chão
Carregando água o dia inteiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Ir a feira comprar boa sulanca
Para a camisa serve a chita
O sorriso da matuta mais bonita
Que pode namorar sem botar banca
Picarete, cavador e chibanca
Com pote e quartinha pelo chão
Tem imbu, seriguela e limão
Goma fresca quebrada no tabuleiro
CANAFISTULA, TIPÍ E MARMELEIRO
TUDO ISSO TEM LÁ NO MEU SERTÃO

Araripina, 08/ 02/ 2013