terça-feira, 15 de janeiro de 2013

NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE, TEM AO SERTANEJO FORTE SALVADO

MOTE: NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE, TEM AO SERTANEJO FORTE SALVADO
GLOSA: Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes

Mesmo tendo dois reis no meu sertão
É difícil viver sem a invernada
Nem a força do fole de Gonzaga
Tão pouco o xaxado de Lampião
Tem superado tamanha comoção
Que a seca no sertão tem estampado
Morre a cabra, o bode e o gado
São as vitimas da fome e da sede
NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE
TEM AO FORTE SERTANEJO SALVADO

Nem as contas do rosário debulhadas
Tão pouco penitências em procissão
Carregando um "andor" em quatro mãos
Pedindo para ver a terra molhada
Nem a reza que é são e abençoada
Tem da terrível seca nos livrado
Bichos, plantas, tudo é devastado
Trocando a cor cinza pela verde
NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE
TEM AO FORTE SERTANEJO SALVADO

As famosas esmolas do governo
Gerando uma nação de preguiça
Não oferecem o “BOLSA CARNIÇA”
Deixando todo o sertão a exmo
Num discurso que é sempre o mesmo
Sede e fome se quer são lembrados
Fica tudo no torno pendurado
Pondo o homem contra a parede
NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE
TEM AO FORTE SERTANEJO SALVADO

A ausência do aboio do vaqueiro
A careta velha e em desuso pendurada
A sela sem arreios, já largada
Meu chapéu de couro estradeiro
E o sol quente o dia inteiro
O solo do barreiro já rachado
Retira o meu sono enfadado
E o som que ouço é o ringir da rede
NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE
TEM AO FORTE SERTANEJO SALVADO

Somente a orquestra dos trovões
Com as nuvens estando carregadas
Desaguando e depois a terra arada
É reanimo a nossos corações
Com o verde que vem das plantações
De um suor que se tem derramado
Enquanto o governo tem faltado
Nossa fé ainda balança a rede
NEM O SANTO EXPOSTO NA PAREDE
TEM AO FORTE SERTANEJO SALVADO

=Geonaldes Elhemberg de Sousa Gomes= 12/ 01/ 2013

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