quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Menino Sambudo ou Velho Rabugento

QUADRA


Depois de tanto tempo

Com o menino calado

Encontram um certo velho

Avarento e desastrado

...

SEXTILHA

Se o menino corria

Se era sujo e cagado

O velho já é mais lento

De pé já fica curvado

Corcunda de olhar vesgo

Sempre anda encrencado



SEPTILHA

O sambudo maluvido

Treiteiro na agilidade

Dando nó em pigo de água

Dando olé até em padre

Olhar curto e remelento

Rápido igual jumento

Não dá pra ser comparado



QUADRÃO

Se o velho é avarento

Raivoso e desatento

Tratado como jumento

Tem fama de azarão

No fundo tem coração

Mesmo sendo um sovino

Passa fome em desatino

Menino, acho que não



Décima

Por isso afirmo aos amigos poetas

Que o Avarento não é o menino

Era um magricela e era franzino

Não tinha bordão, era sem aresta

Não deixava rastro nem marca na testa

Menina bonita ele passava a mão

Logo conquistava alma e coração

Subia de costas no topo da casa

Cortava parede e pisava em brasa

Rezava um terço de alma na mão



MARTELO (GALOPE)

Vou provar que o velho não é o menino

E mesmo que fosse não poderia ser

O velho não poderia sobreviver

Aqui no sertão ao badalo do sino

Não é bom cenário pra um velho sovino

Pois nesse torrão todo menino é rei

Sempre faz e fará, pois assim sempre fez

Ele é da capital, nisso eu combino

Discuto e teimo feito Zé Rufino

O menino é daqui e o velho é de lá



Resposta ao poeta Fabrício leite em formato diversificado. Decupem se os erros retirarem a qualidade dos versos.

Abraço para todos.

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