Lá donde eu sô num
isqueço”
Lá donde eu sô num
isqueço,
Nem nas minha penúrias.
Da roça ao meio dia,
Do canto da rapadura.
Do xexéu, do bem-ti-vi,
Do canto da juriti,
Esplendor de formosura.
O velho carro de boi,
O engenho, a farinhada.
O rodo do torrador,
Beijú de forno e gomada.
Num isqueço feijão verde,
Água de pote pra sede,
Num troco isso pur nada.
Da quaiada de manhã,
Rapa de queijo e farofa.
Da merenda 9 hora
Lá no acero da roça
Ovo roxo, de lambú
Ovo bibido é tiú
E cunca de imbú grossa
Das cacimba de água doce,
Do velho pau de galão.
Do banho lá no barreiro,
Do passarim no chaprão.
E o visgo de favela
A baladeira magrela
Cum quato peda na mão
Dos cafuné de mamãe,
Vixe Maria, sordade!
Dos mandado de papai,
Pra ir buscar na cidade.
Tomem num isqueço ocê,
Minha fulô de muçambê
De quem eu sinto sordade.
=Geonaldes Elhemberg de
Sousa Gomes= 24/ 03/ 2013
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