QUADRA
Depois de tanto tempo
Com o menino calado
Encontram um certo velho
Avarento e desastrado
...
SEXTILHA
Se o menino corria
Se era sujo e cagado
O velho já é mais lento
De pé já fica curvado
Corcunda de olhar vesgo
Sempre anda encrencado
SEPTILHA
O sambudo maluvido
Treiteiro na agilidade
Dando nó em pigo de água
Dando olé até em padre
Olhar curto e remelento
Rápido igual jumento
Não dá pra ser comparado
QUADRÃO
Se o velho é avarento
Raivoso e desatento
Tratado como jumento
Tem fama de azarão
No fundo tem coração
Mesmo sendo um sovino
Passa fome em desatino
Menino, acho que não
Décima
Por isso afirmo aos amigos poetas
Que o Avarento não é o menino
Era um magricela e era franzino
Não tinha bordão, era sem aresta
Não deixava rastro nem marca na testa
Menina bonita ele passava a mão
Logo conquistava alma e coração
Subia de costas no topo da casa
Cortava parede e pisava em brasa
Rezava um terço de alma na mão
MARTELO (GALOPE)
Vou provar que o velho não é o menino
E mesmo que fosse não poderia ser
O velho não poderia sobreviver
Aqui no sertão ao badalo do sino
Não é bom cenário pra um velho sovino
Pois nesse torrão todo menino é rei
Sempre faz e fará, pois assim sempre fez
Ele é da capital, nisso eu combino
Discuto e teimo feito Zé Rufino
O menino é daqui e o velho é de lá
Resposta ao poeta Fabrício leite em formato diversificado. Decupem se os erros retirarem a qualidade dos versos.
Abraço para todos.
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