O CASAMENTO DE ZÉ FIAPO E MARIA ORORA
I
Se tiver por esse mundo
Cabra que nem Zé Fiapo
É favor me avisar
Que procuro e não acho
O bicho é atrevido
Nunca vi tão maluvido
É macaúba sem cacho
II
Zé Fiapo numa festa
Chutou o pau da barraca
Gerou uma confusão
Derramou toda a cachaça
Provocou um reboliço
Conheceu um estrupício
E casou cheio de manguaça
III
Puxou a faca peixeira
Exigiu lá um vigário
Pediu a conta da festa
Levantou um inventário
Mandou o dono pagar
Você quer me enganar
Que o preço ficou caro
IV
Quando o padre chegou
Atendeu a obrigação
Casou o casal casando
Sem fazer contestação
-Te ocupa Zé Fiapo
Que outro jeito não acho
Para acabar confusão
V
Então quando disse amém
Anunciou a festança
Ordenou ao sanfoneiro
Recomeçar a tocança
Continuou o forró
Bebendo e dando nó
Com a sua ignorância
VI
Quando era madrugada
Que o povo foi embora
Zé Fiapo deu de garra
De dona Maria Orora
Que tinha os beiço grosso
Era o coro e o osso
E caiu de festa a fora
VII
Chegando numa palhoça
Na beira de um açude
Na hora de se banhar
De tirar todo o grude
Dona Maria se esquivou
-Vá que depois eu vou
Em suspeita atitude
VIII
Aquilo pra Zé fiapo
Feriu como um punhal
-Agora nos somos um
Tem que ter calamengau
Tá tudo sacramentado
Se nos estamos casados
Os direitos são igual
IX
Tava feita a confusão
Com ele na insistência
Quando passava a mão
-Deixa de mal querência
Que nos estamos cansados
E apesar de casados
Não abale a convivência
X
-Agora foi que lascou
Comprei e não vou levar
Enchi e tá tudo seco
Plantei e tem que arrancar
Se lave logo e venha
Que no fogo vai ter lenha
Hoje tem que cozinhar
XI
Ela partiu pro barreiro
Ele ficou escondido
Quando ela mergulhou
Ele saltou atrevido
Agarrou e passou a mão
Abriu outra confusão
-Isso não é concebido!
XII
Nas partes interessantes
Tinha coisa diferente
Podia ser da ossada
Um objeto, um pente
Coitado de Zé Fiapo
Quando agarrou o cacho
Gritou trancando os dentes
XIII
O que diabo é isso?
Será que fui enganado?
Mulher que não é mulher
Com um cacho pendurado
Assim não tem condição
Antes da deitação
Está tudo acabado
XIV
Então a Maria falou
-O valente ficou fraco
Perdeu toda sua força
Já não grita, eu sou macho!
Ainda hoje é casado
Também não é separado
Virou fogo de dois fachos
XV
Abra o olho camarada
Não casse mais confusão
Dê logo uma corrigida
Procure passar a mão
Conheça bem direitinho
Faça logo um carinho
Pra tomar a decisão
quinta-feira, 31 de maio de 2012
O CASAMENTO DE ZÉ FIAPO E MARIA ORORA
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Fenomenal exposição fotográfica realizada pelo CERu. Relíquias contam parte da história de Araripina, que foi aberta somente para os alunos e numa segunda etapa será aberta à população para que conheça melhor a sua cidade. Parabéns aos alunos CERu e a professora Cleivan.
FOTO 01
FOTO 02
FOTO 01
FOTO 02
FOTO 03
FOTO 04
FOTO 05
TRINDADE FILMA OS BALBINOS COM ATOR GLOBAL
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Flávio Leandro - O poeta cantador - Já tá fazendo parte da minha vida...♫♫♫
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O sábio e o Tolo
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
Não gosto e não curto
Mas contra não posso ser
Quem gosta sempre elogia
Afirma melhor não ter
Prefiro não preferir
Para o gosto não perder
O sábio olha, escuta
Faz a sua avaliação
Não entra de calças curtas
Onde dar alagação
Ao ver alguém fracassar
Impões sua afirmação
O tolo é pré-maturo
Anda sempre em orbita
Fuça e remexe o chão
Tem o espirito de porca
Se afira ser de fibra
E na primeira entorta
Então está decidido
Quem quiser que se afunde
Encha a cabeça de merda
Neste riacho se inunde
Se mate, se morra, se ferre
Mais um louco se sucumbi
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Nordestino SIM! Nordestino Não! - Patativa do Assaré
Três que se somam em um
Geonaldes Ellhemberg de Sousa Gomes (Pepeta)
Me preocupa a prisão
Se não for no peito dela
Esta é minha Cinderela
Que darei o meu afeto
Não amarei por decreto
Estando juntinho a ela
No peito farei morada
Apronto na retidão
Nunca direi um não
A esta linda donzela
Farei só os gostos dela
Em nome da união
Quanto ao nosso rebento
De nosso amor é raiz
E agora disse o que quiz
Ghabriel é o filho dela
E juntando eu e ela
Farei mais de que já fiz
Clécia e Geonaldes
Três que se somam em um
Como a fé é o jejum
O feijão e a panela
O amor meu e o dela
Não é um amor comum
Geonaldes Ellhemberg de Sousa Gomes (Pepeta)
Me preocupa a prisão
Se não for no peito dela
Esta é minha Cinderela
Que darei o meu afeto
Não amarei por decreto
Estando juntinho a ela
No peito farei morada
Apronto na retidão
Nunca direi um não
A esta linda donzela
Farei só os gostos dela
Em nome da união
Quanto ao nosso rebento
De nosso amor é raiz
E agora disse o que quiz
Ghabriel é o filho dela
E juntando eu e ela
Farei mais de que já fiz
Clécia e Geonaldes
Três que se somam em um
Como a fé é o jejum
O feijão e a panela
O amor meu e o dela
Não é um amor comum
sexta-feira, 11 de maio de 2012
O ENCONTRO DE LUIZ GONZAGA COM LAMPIÃO E O CAPÊTA
O ENCONTRO DE LUIZ GONZAGA COM LAMPIÃO E O CAPÊTA
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
I
No
ano de 89
Quando
Gonzagão morreu
Subindo
à mansão celeste
Um
encontro aconteceu
Pois
não é que Lampião
Quis
armar uma confusão
E
eis que o Senhor desceu
II
Indo
Gonzaga ao céu
Passou
na porta do inferno
Quando
avistou um vulto
Era
um jagunço de terno
Disse:
pêra Gonzagão
Você
não me diga não
Sou
Lampião, o eterno
III
Gonzaga
lhe respondeu
Você
está enganado
Padim
Ciço e o Senhor
São
meus dois advogados
Não
gosto de confusão
Se
agarre aí com o cão
Que
sou puro sem pecado
IV
Lampião
cismou e disse
Me
escute sanfoneiro
Você
vai tocar pra mim
E
para o inferno inteiro
O
cão vai tocar zabumba
Hoje
o inferno afunda
Toco
triângulo e pandeiro
V
A
pesar de minha ruindade
Na
terra fiz uma promessa
A
data já se cumpriu
Está
escrito na testa
Que
o senhor ia subir
Que
passava por aqui
E
que aqui tinha festa
VI
O
dia é dois de agosto
Oitenta
e nove o ano
Você
já está morto
Por
aqui já vai passando
Então
trate de tocar
Pra
eu e Maria dançar
Vá
meu sonho realizando
VII
Gonzaga
titubeou
Ficou
um pouco assustado
Clamou
por Nosso Senhor
Com
Padim Ciço do lado
Perguntou
o que eu faço
Com
o diabo desse cangaço
O
circo está armado
VIII
E
começou juntar cão
Um
eito de alma penada
Fizeram
logo um piquete
Interromperam
a estrada
O
cão tomou a frente, - pare!,
Tocadozinho,
esbarre!
Que
você não é de nada.
IX
Do
alto uma voz macia
Branda
e educada
Retrucou
repreendendo
Mas
que bagunça danada
Porque
não subiu ao céu
O
sanfoneiro não é réu
E
sua hora está marcada
X
Se
querem ter um forró
Basta
se arrepender
Que
hoje Luiz vai tocar
Para
o céu todo mexer
Por
isso abram caminho
Luiz
não está sozinho
Vim
aqui lhe defender
XI
Então
o cão disse – Luiz,
Tu
vai pro lugar errado
Olha
o tanto te esperando
Pra
dançar forró, xaxado
Puxe
logo o acordeão
Pro
céu diga logo não
E
vamos botar pegado
XII
Lampião
também pulou
E
disse: toca Gonzaga
Que
Maria está pronta
A
festa ta arrumada
Hoje
é dia de funaré
Tem
cachaça e mulher
Pra
tú tem cem namoradas
XIII
Luiz
olhou para Deus,
Senhor
eu já estou pronto
Venho
a mando seu
O
céu é o meu encanto
E
quem herdar o inferno
Terá
um desgosto eterno
Sem
vida será o pranto
XIV
Deixou
Lampião e Maria
Em
meio à confusão
Partiu
com Deus e Cícero
Para
a eterna salvação
Tocou
a noite no céu
Coberto
por Deus com véu
Que
lhe deu purificação
XV
Por
isso caro leitor
Procure
obedecer
A
salvação é Jesus
É
entre ele e você
Não
desvie do caminho
Para
não ficar sozinho
Para
o cão não lhe querer
CAMPANHA POR ÁGUA PARA ARARIPINA / ARARIPE
CAMPANHA POR ÁGUA PARA ARARIPINA / ARARIPE
GEonaldes Elhemberg de Sousa Gomes - Pepeta
Mais uma seca, aperto...
Sem a chuva tão divina,
E aos troncos e solavancos
A água é desencanto
Do povo de Araripina.
GEonaldes Elhemberg de Sousa Gomes - Pepeta
Subindo e descendo vejo
Para onde o poder inclina,Mais uma seca, aperto...
Sem a chuva tão divina,
E aos troncos e solavancos
A água é desencanto
Do povo de Araripina.
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
fantastico Em Pernambuco alunos têm surtos e desmaios em aula 06 05 2012...
sábado, 5 de maio de 2012
Comício
COMÍCIO
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
I
O cenário que agora vos descrevo
É complexo e até paradoxal,
O relato tem a fome, o sobejo
Aplicadas ás vítimas do "curral",
Onde enquanto um brilha como azulejo
O outro fosco, feio e desigual.
II
Um trepado usa a fala como arma
O outro escuta a fala desarmado,
Navegando no sonho de promessas
Que sabe, não verá realizado,
Mas se prende no cabresto de um favor
Pra dizer já votei e tá votado.
III
- Dr. lá em casa tem 12 votos
Se o Sr. me ajudar eu lhe ajudo,
É só tirar a lama do meu barreiro
Que eu garanto, vota tudo!
E ainda tem gente da vizinhança
Que vai junto, não lhe iludo.
IV
Assim transcorre as conversas
No fim do comício entre a cachaça,
Em meio a bêbados pedindo dose
Ou a compre de remédio na farmácia,
Um comprando a sua felicidade
E o outro vendendo sua desgraça.
V
- Me mande um carro pipa com água
Ou uma feira grande e bem surtida,
Tire minha carteira de motorista
Pague a conta da bebida...
Agora aí sim merece ganhar
Esse é de lascar, o primeiro na corrida!
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
I
O cenário que agora vos descrevo
É complexo e até paradoxal,
O relato tem a fome, o sobejo
Aplicadas ás vítimas do "curral",
Onde enquanto um brilha como azulejo
O outro fosco, feio e desigual.
II
Um trepado usa a fala como arma
O outro escuta a fala desarmado,
Navegando no sonho de promessas
Que sabe, não verá realizado,
Mas se prende no cabresto de um favor
Pra dizer já votei e tá votado.
III
- Dr. lá em casa tem 12 votos
Se o Sr. me ajudar eu lhe ajudo,
É só tirar a lama do meu barreiro
Que eu garanto, vota tudo!
E ainda tem gente da vizinhança
Que vai junto, não lhe iludo.
IV
Assim transcorre as conversas
No fim do comício entre a cachaça,
Em meio a bêbados pedindo dose
Ou a compre de remédio na farmácia,
Um comprando a sua felicidade
E o outro vendendo sua desgraça.
V
- Me mande um carro pipa com água
Ou uma feira grande e bem surtida,
Tire minha carteira de motorista
Pague a conta da bebida...
Agora aí sim merece ganhar
Esse é de lascar, o primeiro na corrida!
quarta-feira, 2 de maio de 2012
A seca, o carro pipa e a eleição de Araripina
A seca, o carro pipa e a eleição de Araripina
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
I
Ando muito preocupado
Com a atual situação
Parei para pensar
Fazer uma reflexão
Me lembrei da tamborada
Balde, lata amassada
E o carro pipa no portão
II
A poucos anos atrás
Essa cena era frequente
Em cada casa da cidade
Tinha um tambor na frente
Quando o carro chegava
Uma fila se formava
Parecíamos indigentes
III
Tinha a ficha semanal
Aumentando a humilhação
Depois veio a caderneta
Pra fazer a anotação
A água é que não chegava
Toda semana faltava
Era um mal sem salvação
IV
Quando Lagoa do Barro enchia
Tudo era animação
O sertão ficava em festa
Era boa a sensação
Corria água nas torneiras
Parecendo rua em feira
Que nem fogo em São João
V
Aí veio a adutora
O paraíso chegou
A água seria farta
Todo mundo assim pensou
Mas os canos eram finos
A água foi se esvaindo
E o tormento chegou
VI
Voltou o carro pipa
Nego comprando tambor
Reativaram as cisternas
A água mais cara ficou
Tem dia que não tem banho
Pra sair nem me assanho
Porque a torneira secou
VII
Então fico a imaginar
Como será a eleição
Muito carro e pouca água
Maior será a humilhação
Lata d'água na cabeça
Na hora de votar não esqueça
Passado de judiação
Geonaldes E. de S. Gomes (Pepeta)
I
Ando muito preocupado
Com a atual situação
Parei para pensar
Fazer uma reflexão
Me lembrei da tamborada
Balde, lata amassada
E o carro pipa no portão
II
A poucos anos atrás
Essa cena era frequente
Em cada casa da cidade
Tinha um tambor na frente
Quando o carro chegava
Uma fila se formava
Parecíamos indigentes
III
Tinha a ficha semanal
Aumentando a humilhação
Depois veio a caderneta
Pra fazer a anotação
A água é que não chegava
Toda semana faltava
Era um mal sem salvação
IV
Quando Lagoa do Barro enchia
Tudo era animação
O sertão ficava em festa
Era boa a sensação
Corria água nas torneiras
Parecendo rua em feira
Que nem fogo em São João
V
Aí veio a adutora
O paraíso chegou
A água seria farta
Todo mundo assim pensou
Mas os canos eram finos
A água foi se esvaindo
E o tormento chegou
VI
Voltou o carro pipa
Nego comprando tambor
Reativaram as cisternas
A água mais cara ficou
Tem dia que não tem banho
Pra sair nem me assanho
Porque a torneira secou
VII
Então fico a imaginar
Como será a eleição
Muito carro e pouca água
Maior será a humilhação
Lata d'água na cabeça
Na hora de votar não esqueça
Passado de judiação
São João 2012 - Araripina
terça-feira, 1 de maio de 2012
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